Mochilão, minha primeira vez

Não fazia parte dos meus planos começar a escrever sobre o mochilão desde já. Estou tomando notas de quase tudo e realmente quero dividir minhas experiências e encorajar outras pessoas a fazerem o mesmo, mas imaginei escrever tudo de uma vez, no final, até porque é quase impossível frear essa experiência para sentar na frente de um computador. Acontece que eu estou vivendo tantas coisas e cada dia é tão intenso que temo perder a emoção necessária para colocar no papel se deixar para depois.

Por hora, decidi contar como resolvi começar tudo isso e como foram feitas as escolhas dos destinos. E, antecipo que, como em tudo que eu faço, foi o acaso quem tomou as rédeas. Minha jornada comecou em 3 de dezembro, partindo de Bogotá para Cartagena. No dia 9, voei para Lima e, até o dia 17, tenho que chegar a Quinto para pegar meu voo de regresso a Bogotá.

Cartagena sempre esteve nos meus planos. Antes de chegar a Colômbia, antes de conhecer a Colômbia, me falavam que eu TINHA QUE conhecer Cartagena. Essa cidade é o que o senso comum utiliza para dizer que no país existem partes bonitas e que não é pura violência (não é necessário, mas vou tomar nota de que a cidade é LIN-DA sim, mas que existem muitas outras partes do país que são igualmente ou mais bonitas) . Ok.

Assim, durante os quatros meses que estive em Bogotá, perdi mil e uma oportunidades de ir a Cartagena. Tivemos muitos feriados, mas outros destinos surgiram e a cidade ficou para o final. Com isso, planejei a viagem com a Dani, minha room-mate, numa data que fosse dias antes da volta dela ao México. Para mim, foi incrível, pois sabíamos que a viagem era a nossa despedida juntas e aproveitamos cada segundo. Dormir nao fez parte dos nossos planos, até porque a cidade é perfeita para o dia e para a noite.

Meu segundo destino, Lima, foi casualidade. Eu queria ir a outro país para dar um grand finale ao meu intercâmbio, mas voar pela Amércia Latina é excessivamente caro. Meu segundo problema seria encontrar companhia que topasse essa loucura. A primeira questão, do alto custo dos voos, foi facilmente solucionada. Uma amiga, que sabia da minha vontade de viajar pelo continente, me enviou um e-mail com uma promoção da companhia aérea VivaColombia – para os que nunca ouviram falar, é a cia superbarata da Colômbia, famosa pelos excessivos atrasos e porque só se pode viajar com equipagem de mão- , que estava inaugurando sua linha internacional para Lima e Quito, com voos de 99 dólares. Contactei a todos os meus amigos e conhecidos de Bogotá e, em um primeiro momento, ninguém topou a viagem, ou pelo dinheiro ou porque já tinham a passagem de volta a seus países.

Entretanto, não demorou muito e meus dois amigos mais easy going, alemães, toparam. A ideia era o trajeto super lugar comum Lima-Cusco-Lima, mas depois de certa pesquisa, descobrimos que Cusco estava em temporada de chuva, e corríamos o risco de chegar até lá e encontrar o caminho a Macchu Picchu fechado, além do fato de que gastaríamos 36 horas em ônibus para ir e 36 para voltar a Lima, e só tínhamos 8 dias de viagem em razão do meu retorno ao Brasil.

Com isso, unimos o útil ao agradável, e compramos a passagem de ida por Lima e de regresso por Quito, viajando, assim, pelo norte do Peru, com a ideia de conhecer as maravilhas da arqueologia e praias daqui.

Nesse exato momento, estou em um ônibus que tem wi-fi, em caminho ao meu segundo destino do Peru, o que me permite escrever. Eu realmente me sinto muito abençoada por poder viver isso tudo e espero ter a sabedoria necessária para tirar o melhor da experiência. E, claro, ter muita história para contar, afinal, isso é o que me move hehe

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